Que saudades do Sérgio
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O dia de ontem foi um daqueles em que acabei invocando da memória o querido Sérgio Porto e seus textos maravilhosos: "Difícil dizer o que incomoda mais, se a inteligência ostensiva ou a burrice extravasante." (In: Pensamentos do Lalau).
Logo pela manhã primeira fila: Casa Lotérica que até bem pouco tempo atrás era o local mais rápido e fácil para realizar saques da Caixa Econômica, pagar contas, recarregar celular, enfim uma mão na roda.
Mas como o FEBEAPÁ* continua vigente nesse país descobriram um esquema de corrupção na empresa operadora do antigo sistema e a Caixa decidiu rapidinho trocar de empresa. Resultado: As lotéricas estão um caos, sempre sem sistema.
O pior é o atendimento: lá na fila vem a mocinha do "posso ajudar?", uma invenção que fizeram para atazanar nossas vidas de forma cordial, já que as ditas mocinhas nunca sabem realmente nos ajudar e desfilam suas pérolas:
- O da senhora é o que?
- Saque.
- Com cartão? Tá sem sistema...
Resposta merecida - Não minha filha com um 38, porque aqui só tem dois jeitos de sacar dinheiro ou com cartão ou assaltando...
E lá vamos nós para a Agência da Caixa mais próxima tentar sacar um parco dinheirinho... novamente uma fila imensa e mais uma brilhante moçoila do "Posso Ajudar?". Essa fica lá com cara de paisagem, mascando irritantemente uns chicletinhos.
Uma senhora um pouco mais a frente se atrapalha com a máquina e chama a tal mocinha. Ela vem com cara de enfado e orienta a pobre senhorinha a dirigir-se a outra fila enorme com outros caixas eletrônicos com a alegação de que eles seriam "mais fáceis".
Ora, vejam vocês os caixas eram iguaizinhos! Devo ter lançado um olhar tão mortal para a tal mocinha, que tentando redimir-se da má vontade anterior, tascou:
- A senhora me chamou porque que quer que eu ajude?
Minha boca foi mais rápida e respondi sem pensar:
- Não, ela te chamou porque você é bonitinha e simpática... a fila toda riu, fiquei com certo remorso, mas tenha Santa Paciência!!
Tá difícil...
*FEBEAPÁ1 (Primeiro Festival de Besteira Que Assola o País), Editora do Autor, 1966 e FEBEAPÁ2 (Segundo Festival de Besteira Que Assola o Pais), Editora Sabiá, 1967
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